segunda-feira, 22 de julho de 2013

Ensinamentos do Presidente Spencer W. Kimball Tragédia ou Destino? - Completo

Tragédia ou Destino?
Quando nos deparamos com tragédias
aparentes de pesar, sofrimento e morte,
precisamos depositar nossa confiança em Deus.
Da Vida de Spencer W. Kimball
No início de sua infância, Spencer W. Kimball sofreu a dor
resultante da morte de entes queridos. Quando ele tinha oito
anos de idade, sua irmã Mary morreu pouco depois do nascimento.
Um mês depois, os pais de Spencer sentiram que Fannie,
de cinco anos, que vinha sofrendo ao longo de semanas, logo
faleceria. Anos depois, Spencer falou sobre o dia da morte de
Fannie: “Em meu nono aniversário, Fannie morreu nos braços
de minha mãe. Todos os filhos foram acordados no início da
noite para estarem presentes. Lembro-me da cena em nossa sala
de estar (...), minha amada mãe chorando com a filhinha agonizante
de cinco anos nos braços e todos nós a sua volta”.1
Ainda mais difícil para o jovem Spencer foi a notícia recebida
dois anos depois, quando ele e seus irmãos foram chamados na
escola para irem para casa certa manhã. Eles correram até sua
casa e foram recebidos pelo bispo, que os reuniu em seu redor
e disse-lhes que sua mãe morrera no dia anterior. O Presidente
Kimball disse posteriormente: “Aquela notícia atingiu-me como
um raio. Corri para o quintal para ficar sozinho em meu dilúvio
de lágrimas. Sem ninguém para ver-me ou ouvir-me, longe de
todos, solucei longamente. A cada vez que eu dizia a palavra
‘mãe’, novas torrentes de lágrimas jorravam até que se secaram.
Minha mãe — morta! Não era possível! A vida não poderia continuar
para nós. (...) Meu coraçãozinho de onze anos parecia
prestes a explodir.”2
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Spencer W. Kimball e seus irmãos, cerca de dois anos antes da morte de sua
irmã Fannie. De pé, da esquerda para a direita: Clare, Ruth, Gordon e Delbert.
Sentados, da esquerda para a direita: Helen, Alice, Fannie e Spencer.
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Cinqüenta anos depois, o Élder Spencer W. Kimball, na época
membro do Quórum dos Doze Apóstolos, viu-se longe de casa,
recuperando-se de uma grande cirurgia. Sem poder dormir,
lembrou-se do dia da morte de sua mãe: “Senti vontade de soluçar
de novo agora (...), quando minha memória me conduz por
aqueles tristes caminhos”.3
Ao defrontar-se com a profunda tristeza de tais experiências,
Spencer W. Kimball sempre achava consolo na oração e nos princípios
do evangelho. Mesmo na infância, ele sabia buscar a paz.
Um amigo da família escreveu o seguinte sobre as orações do
jovem Spencer: “A perda de sua mãe foi um peso horrível para
seu coraçãozinho, mas ele lidou com seu pesar e procurou consolo
na única fonte disponível”.4
Em seu ministério, o Presidente Kimball com freqüência oferecia
palavras de consolo aos que choravam a morte de entes
queridos. Ele testificava de princípios eternos, assegurando aos
santos que a morte não é o fim da existência. Ao discursar num
funeral, afirmou:
“Nossa visão é limitada. Com nossos olhos, enxergamos apenas
alguns quilômetros a nossa frente. Com nossos ouvidos,
escutamos apenas durante alguns anos. Estamos encerrados,
trancados, por assim dizer, numa sala, mas quando nossa luz
deixa esta vida, então passamos a ver além das limitações
mortais. (...)
As paredes ruem, o tempo acaba-se e as distâncias desfazemse
e desaparecem ao entrarmos na eternidade (...) e mergulhamos
de imediato num grande mundo no qual não há limites
terrenos.”5
Ensinamentos de Spencer W. Kimball
Em Sua Sabedoria, Deus nem sempre impede as tragédias.
O jornal estampava em letras garrafais: “Acidente de Avião
Mata 43. Nenhum Sobrevivente da Tragédia nas Montanhas”
e milhares de pessoas repetiam em coro: “Por que o Senhor
permitiu que algo tão terrível acontecesse?”
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Dois automóveis se chocaram quando um deles desrespeitou
o sinal vermelho, e seis pessoas morreram. Por que Deus não
impediu esse acidente?
Por que a jovem mãe morreu de câncer e deixou seus oito
filhos órfãos? Por que o Senhor não a curou?
Uma criança morreu afogada; outra foi atropelada. Por quê?
Um homem morreu subitamente de oclusão coronariana ao
subir um lance de escadas. Seu corpo foi achado inerte no chão.
Sua esposa bradou em agonia: “Por quê? Por que o Senhor fez
isso comigo? Por que não levou em conta meus três filhos pequenos
que ainda precisavam do pai?”
Um rapaz morreu no campo missionário e as pessoas perguntaram
de modo crítico: “Por que o Senhor não protegeu esse
jovem enquanto ele estava fazendo o trabalho de proselitismo?”
Quisera poder responder a essas perguntas com autoridade,
mas não posso. Tenho certeza de que um dia compreenderemos
e aceitaremos tais situações. Contudo, no presente precisamos
buscar entendimento da melhor maneira possível nos princípios
do evangelho.
Foi o Senhor que dirigiu o avião na direção da montanha
para tirar a vida dos passageiros ou houve falhas mecânicas ou
humanas?
Foi nosso Pai Celeste que provocou a colisão dos carros que
levou seis pessoas para a eternidade ou foi culpa do motorista
que ignorou as regras de segurança?
Deus tirou a vida da jovem mãe? Instou a criança a andar até
o canal e guiou a outra no caminho do carro que se aproximava?
O Senhor fez o homem sofrer um ataque cardíaco? A morte do
missionário foi prematura? Respondam, se puderem. Eu não
posso, pois embora eu tenha consciência de que Deus desempenha
um papel primordial em nossa vida, não sei o quanto Ele
provoca acontecimentos ou meramente os permite. Seja qual for
a resposta a essa pergunta, há outra sobre a qual tenho certeza.
O Senhor poderia ter evitado essas tragédias? A resposta é
afirmativa. O Senhor é onipotente, com todo o poder para
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controlar nossa vida, poupar-nos de dores, evitar todos os acidentes,
guiar todos os aviões e carros, alimentar-nos, protegernos,
livrar-nos de trabalho, esforços, doenças e até mesmo da
morte, caso deseje. Mas Ele não o fará.
Devemos compreender isso e nos dar conta de como seria
insensato proteger nossos filhos de todos os esforços, decepções,
tentações, tristezas e sofrimentos.
A lei básica do evangelho é o livre-arbítrio e o progresso
eterno. Forçar-nos a ser cuidadosos ou justos seria o mesmo
que anular essa lei fundamental e tornaria o crescimento
impossível.6
Com uma perspectiva eterna, compreendemos que a
adversidade é essencial para nosso progresso eterno.
Se considerássemos a vida mortal a totalidade da existência,
então as dores, tristezas, fracassos e morte precoce seriam uma
calamidade. Mas se encararmos a vida como algo que começou
há muito no passado pré-mortal e vai prolongar-se por toda a
eternidade, todas as coisas que nos acontecerem poderão ser
compreendidas com a perspectiva correta.
Assim, não seria sábio que Ele nos desse provações para superarmos,
responsabilidades para desempenharmos, trabalho para
fortificar nossos músculos, tribulações para provar nossa alma?
Não deveríamos ser expostos às tentações para testarmos nossa
força, às enfermidades para aprendermos paciência, à morte
para sermos imortalizados e glorificados?
Se todos os doentes por quem orássemos fossem curados, se
todos os justos fossem protegidos e os iníquos exterminados,
todo o programa do Pai seria anulado e o princípio básico do
evangelho, o livre-arbítrio, seria destruído. Ninguém precisaria
viver pela fé.
Se a alegria, a paz e as bênçãos fossem concedidas instantaneamente
a quem fizesse o bem, não haveria o mal — todos
fariam o bem, mas não pelo motivo correto. Nossa força não
seria posta à prova, não desenvolveríamos o caráter, nosso
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poder não cresceria, não haveria livre-arbítrio, apenas controle
satânico.
Caso todas as orações fossem respondidas de imediato
segundo nossos desejos egoístas e nosso entendimento limitado,
haveria pouco ou nenhum sofrimento, tristeza, decepção
ou mesmo morte. E se isso não existisse, tampouco haveria
alegria, sucesso, ressurreição, vida eterna nem Deidade.
“Porque é necessário que haja uma oposição em todas as
coisas. (...) retidão (...) iniqüidade (...) santidade (...) miséria (...)
bem (...) mal” (2 Néfi 2:11).
Como somos humanos, se pudéssemos extirparíamos de
nossa vida a dor física e a angústia mental e garantiríamos para
nós mesmos um bem-estar e um conforto contínuos. Entretanto,
se fechássemos as portas para o pesar e a tristeza, estaríamos
excluindo nossos maiores amigos e benfeitores. O sofrimento
pode transformar as pessoas em santos, à medida que aprendem
paciência, longanimidade e autodomínio. (...)
Adoro a estrofe do hino “Que Firme Alicerce” que diz:
E quando torrentes tiverdes que passar,
O rio do mal não vos poderá tragar,
Pois ele que pode a tormenta acalmar,
Seus santos queridos virá resgatar (ver Hinos, nº 42).
E o Élder James E. Talmage escreveu: “Nenhum sofrimento
pelo qual passar um homem ou mulher na Terra deixará de ser
recompensado (...) caso enfrentado com paciência”.
Por outro lado, essas coisas podem abater-se sobre nós com
impacto esmagador caso nos entreguemos às fraquezas, reclamações
e críticas.
“Nenhuma dor que sentimos, nenhuma provação que vivemos
é vã. Com elas aprendemos a desenvolver qualidades como
paciência, fé, força e humildade. Todo o sofrimento e todas as
coisas por que passamos, especialmente quando suportadas
com paciência, edificam o caráter, purificam o coração, engrandecem
a alma e tornam-nos mais sensíveis e caridosos, mais dignos
de sermos chamados filhos de Deus. (...) E é por meio da
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tristeza e do sofrimento, do trabalho árduo e da tribulação que
alcançamos o conhecimento que viemos adquirir aqui e que nos
tornará mais semelhantes a nosso Pai e Mãe Celestiais (...)”.
(Orson F. Whitney)
Há pessoas que ficam amargas quando vêem entes queridos
sofrerem agonias e dores intermináveis e torturas físicas.
Algumas acusam o Senhor de crueldade, indiferença e injustiça.
Somos muito incompetentes para julgar! (...)
O poder do sacerdócio é ilimitado, mas sabiamente Deus deixou
certas restrições para cada um de nós. Posso desenvolver o
poder do sacerdócio ao aperfeiçoar minha vida, mas sou grato
pelo fato de que, até mesmo com o sacerdócio, não posso curar
todos os enfermos. Eu poderia ser tentado a curar pessoas que
deveriam morrer. Eu poderia vir a poupar as pessoas de sofrimentos
pelos quais elas deveriam passar. Sinto que poderia frustrar
os propósitos de Deus.
Se eu tivesse poderes ilimitados, embora com a visão e o
entendimento limitados, eu poderia ter sido levado a salvar
Abinádi das chamas quando ele foi queimado e ao fazer isso lhe
teria feito um dano irreparável. Ele morreu como mártir e recebeu
a recompensa dos mártires: a exaltação.
É bem provável que eu tivesse protegido Paulo de seus inimigos
se meu poder fosse ilimitado. Certamente o teria curado de
seu “espinho na carne“ [II Coríntios 12:7]. E, ao fazê-lo, eu teria
prejudicado o programa do Senhor. Ele orou três vezes ao
Senhor para suplicar-Lhe que lhe removesse o “espinho”, mas o
Senhor não atendeu a suas preces [ver II Coríntios 12:7–10].
É possível que Paulo tivesse se perdido caso fosse eloqüente,
saudável, bonito e livre das coisas que o tornavam humilde. (...)
Temo que, se eu tivesse passado pela Cadeia de Carthage em
27 de junho de 1844, eu teria desviado as balas que perfuraram
o corpo do Profeta e do Patriarca. Eu os teria poupado dos sofrimentos
e agonia, mas assim os teria privado também da morte
como mártires e o respectivo galardão. Sou grato por não ter
tomado essa decisão.
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“Se eu tivesse poderes ilimitados, embora com a visão e o entendimento limitados,
eu poderia ter sido levado a salvar Abinádi.”
Com tal poder incontrolável, eu teria sido tentado a proteger
Cristo da agonia do Getsêmani, dos insultos, da coroa de espinhos,
das arbitrariedades do julgamento, das agressões físicas.
Eu teria cuidado de Suas feridas e as curado, dando-Lhe água
refrescante em vez de vinagre. Eu O teria poupado dos padecimentos
e da morte, e o mundo seria privado de Seu sacrifício
expiatório.
Eu não ousaria assumir a responsabilidade de trazer de volta
à vida meus entes queridos. O próprio Cristo reconheceu a diferença
entre Sua Vontade e a do Pai quando orou para que Ele
afastasse a taça do sofrimento; contudo, acrescentou: “Todavia
não se faça a minha vontade, mas a tua” [Lucas 22:42].7
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A morte pode abrir as portas para
oportunidades gloriosas.
Para quem morre, a vida continua e seu livre-arbítrio persiste,
e a morte, que nos parece uma calamidade, pode ser uma
bênção disfarçada. (...)
Se disséssemos que a morte prematura é uma calamidade,
desastre ou tragédia, não seria o mesmo que dizer que a mortalidade
é preferível a uma entrada antecipada no mundo espiritual
e subseqüente salvação e exaltação? Se a mortalidade fosse
o estado perfeito, a morte seria uma frustração, mas o evangelho
ensina-nos que não há tragédia na morte, apenas no pecado.
“(...) bem-aventurados os que morrerem no Senhor. (...)”
(Ver D&C 63:49.)
Nosso conhecimento é muito pequeno. Nosso julgamento é
extremamente limitado. Julgamos os caminhos do Senhor
segundo nossas próprias visões estreitas.
Discursei no funeral de um jovem aluno da Universidade
Brigham Young que morreu na II Guerra Mundial. Centenas de
milhares de rapazes foram enviados prematuramente à eternidade
na carnificina dessa guerra, e eu disse que acreditava que
aquele jovem digno fora chamado para o mundo espiritual a fim
de pregar o evangelho às almas que dele necessitavam. Isso talvez
não aconteça com todas as pessoas que morrem, mas senti
que era o caso daquele jovem.
Em sua visão da “Redenção dos Mortos”, o Presidente Joseph
F. Smith viu exatamente isso. (...) Ele escreveu:
“(...) Percebi que o Senhor não Se dirigia em pessoa aos iníquos
e aos rebeldes que haviam rejeitado a verdade. (...) Mas eis que,
dentre os justos, organizou suas forças (...) e comissionou-os para
levar a luz do evangelho. (...)
(...) nosso Redentor passara o tempo de Sua visita ao mundo
dos espíritos instruindo e preparando os espíritos fiéis (...) que
haviam testificado Dele na carne; para que levassem a mensagem
da redenção a todos os mortos a quem Ele não poderia pregar
pessoalmente por causa de sua rebeldia e transgressões. (...)
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Vi que os élderes fiéis desta dispensação, quando deixam a
vida mortal, continuam seus labores na pregação do evangelho
do arrependimento e da redenção.” [Ver D&C 138:29–30,
36–37, 57.]
Portanto, a morte pode abrir as portas para várias oportunidades,
incluindo o ensino do evangelho de Cristo.8
Em períodos de provação, precisamos confiar em Deus.
Apesar de a morte abrir novas portas, não a buscamos. Somos
exortados a orar pelos enfermos e a usar nosso poder do sacerdócio
para curá-los.
“E os élderes da igreja, dois ou mais, serão chamados e orarão
por eles, impondo-lhes as mãos em meu nome; e se morrerem,
morrerão em mim; e se viverem, viverão em mim.
Juntos vivereis em amor, de modo que chorareis a perda dos
que morrerem; e mais especialmente dos que não têm esperança
de uma ressurreição gloriosa.
E acontecerá que aqueles que morrerem em mim não provarão
a morte, porque lhes será doce;
E os que não morrem em mim, ai deles, porque amarga é sua
morte.
E também acontecerá que aquele que tiver fé em mim para
ser curado e não estiver designado para morrer, será curado”
(D&C 42:44–48).
O Senhor garantiu-nos que os doentes serão curados se forem
efetuadas as ordenanças, se houver fé suficiente e se o enfermo
não estiver “designado para morrer”. Contudo, há três fatores,
e todos eles devem ser satisfeitos. Muitos não realizam as ordenanças,
e inúmeras pessoas não estão dispostas a exercer fé suficiente
ou não são capazes disso. Mas o outro fator também é
importante: se eles não estiverem “designados para morrer”.
Todos vão morrer um dia. A morte é uma parte importante
da vida. Obviamente, nunca estamos preparados para tal
mudança. Sem saber quando ela virá, lutamos — com razão —
para preservar nossa vida. No entanto, não devemos ter medo
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da morte. Oramos pelos doentes, administramos aos aflitos,
imploramos ao Senhor que cure e diminua a dor e adie a morte.
E temos razão, mas não porque a eternidade seja algo que devemos
temer. (...)
Como nos ensina Eclesiastes (3:2), sei que há o tempo de
morrer, mas creio também que muitas pessoas morrem “antes
do tempo” devido a negligência, abuso do corpo, riscos
desnecessários ou a exposição voluntária a perigos, acidentes e
doenças. (...)
Deus controla nossa vida, guia-nos e abençoa-nos, mas
concede-nos o arbítrio. Podemos levar a vida de acordo com
Seu plano para nós ou insensatamente abreviá-la ou terminá-la.
Estou perfeitamente convencido de que o Senhor planejou
nosso destino. Um dia vamos ter um entendimento pleno e,
quando olharmos para trás com a visão total, ficaremos satisfeitos
com muitos dos acontecimentos desta vida que são de difícil
compreensão.
Às vezes achamos que gostaríamos de saber o que nos aguarda
o futuro, mas ao refletirmos com seriedade seremos levados a
aceitar a vida um dia de cada vez e a magnificar e glorificar
esse dia. (...)
Sabíamos antes de nascer que estávamos vindo à Terra para
receber um corpo e viver experiências e que teríamos alegrias e
tristezas, prazeres e dores, facilidades e sofrimento, saúde e
doença, sucessos e decepções, e sabíamos também que depois
de certo tempo de vida morreríamos. Aceitamos todas essas possibilidades
com alegria no coração, ansiosos por aceitar tanto as
circunstâncias favoráveis quanto desfavoráveis. Aceitamos sem
pestanejar a chance de vir à Terra, mesmo que fosse por apenas
um dia ou um ano. Talvez não estivéssemos preocupados com a
forma pela qual morreríamos: doença, acidente ou velhice.
Estávamos dispostos a aceitar a vida tal qual viesse e conforme
pudéssemos organizá-la ou controlá-la, sem reclamar, queixarnos
ou fazer exigências descabidas.
Diante do que nos parecem tragédias, devemos depositar
nossa confiança em Deus, cientes de que apesar de nossa visão
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limitada, Seus desígnios não falharão. Com todas as suas dificuldades,
a vida oferece-nos o tremendo privilégio de progredir em
conhecimento e sabedoria, fé e obras, preparando-nos para
regressar à presença de Deus e partilhar de Sua glória.9

Presidente Spencer W. Kimball - Tragédia ou Destino


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Bob Marley


Chico Xavier


Reflexão


Reflexão


Reflexão - Perdão


Nelson Mandela


Madiba - Nelson Mandela


Martin Luther King


Reflexão


Reflexão - Familia


Madre Teresa


Reflexão


Reflexão


Jesus Cristo - Morte e Ressurreição


Reflexão


Dalai Lama


Gandhi


Bob Marley


Reflexão - Mateus 24:35 Salmo 126 : 5 Tiago 4:11


Reflexão


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Chico Xavier


Chico Xavier


Che Guevara


Reflexão - O Cavalo Cego Interessante !!!


Bob Marley


Luis Fernando Veríssimo


Bob Marley


2 PAC - Somente Deus


2 PAC


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Gordon B. Hinckley - A Necessidade de Mais Bondade Discurso Completo



A Necessidade de Mais Bondade

President of the Church
Por que qualquer um de nós haveria de maltratar e ser grosseiro com os outros? Por que não podemos estender a mão amiga a todos os que nos cercam?
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É muito difícil falar após o irmão Monson. Ele é dotado de muito humor, todavia de grande sinceridade.
Agradeço meus irmãos por sua fé e orações. Aprecio-as profundamente.
Quando o homem envelhece passa a ser mais bondoso, mais gentil. Tenho pensado muito nisso ultimamente.
Fico imaginando por que será que existe tanto ódio no mundo. Estamos envolvidos em guerras terríveis em que se perdem vidas e muitos são mutilados. Mais perto de nós, vemos tanta inveja, orgulho, arrogância e críticas destrutivas; pais que ficam zangados com coisas pequenas e sem importância e que fazem a esposa chorar e os filhos sentirem medo!
Surgem conflitos raciais em toda a sua sordidez. Fui alertado de que até aqui, entre nós, algumas dessas coisas acontecem. Não entendo isso. Achei que tínhamos todos nos regozijado com a revelação dada ao Presidente Kimball em 1978. Eu estava no templo na ocasião. Nem eu nem os que estavam comigo tivemos a menor dúvida de que essa revelação era a mente e a vontade do Senhor.
Foi-me dito que às vezes se ouvem comentários e insultos racistas em nosso meio. Lembro a vocês que nenhuma pessoa que faça comentários depreciativos a respeito de outras raças pode considerar-se um verdadeiro discípulo de Cristo; nem tampouco pode achar que está agindo de acordo com os ensinamentos da Igreja de Cristo. Como poderia um portador do Sacerdócio de Melquisedeque ser arrogante a ponto de se achar qualificado a receber o sacerdócio, enquanto que outro que vive em retidão, mas cuja pele seja de outra cor, não se qualifique?
Durante todo o meu tempo de serviço na Primeira Presidência, reconheci e falei diversas vezes sobre a diversidade que vemos em nossa sociedade. Ela está a nosso redor e devemos fazer um esforço para assimilá-la.
Que todos nós reconheçamos que cada pessoa é filha do Pai Celestial e que Ele ama todos os Seus filhos.
Irmãos, não há fundamento para o ódio racista no sacerdócio desta Igreja. Se qualquer um ao alcance de minha voz tiver esse tipo de inclinação, que busque ao Senhor, peça perdão e não se envolva mais com isso.
De tempos em tempos, recebo cartas com sugestões de assuntos que, na opinião do remetente, deveriam ser abordados na conferência. Recebi uma carta dessas outro dia. Era de uma mulher que disse que seu primeiro casamento acabara em divórcio. Mais tarde conheceu um homem que parecia ser muito bondoso e cheio de consideração. Contudo, pouco depois do casamento, ela descobriu que a situação financeira dele era caótica, que estava com pouco dinheiro, mas mesmo assim demitiu-se do emprego e recusa outras ofertas de trabalho. Com isso, ela foi obrigada a trabalhar para sustentar a família.
Passaram-se anos e ele continua desempregado. Depois, ela contou de dois outros homens que estão indo pelo mesmo caminho: recusam-se a trabalhar e, enquanto isso, a esposa é forçada a trabalhar longas horas para sustentar a casa.
Paulo disse a Timóteo: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (I Timóteo 5:8). Essas são palavras muito duras.
O Senhor disse em uma revelação moderna: “As mulheres têm o direito de receber dos maridos o seu sustento, até que eles lhes sejam tirados; (…)
Todos os filhos têm o direito de receber de seus pais o seu sustento até alcançarem a maioridade” (D&C 83:2, 4).
Desde o início da Igreja, o marido é considerado o provedor da família. Não acredito que nenhum homem fisicamente capaz que se recuse a trabalhar para sustentar a família possa ser considerado um membro digno da Igreja.
Eu disse no início que não sabia por que existem tantos conflitos, ódio e amargura no mundo. Claro que sei que tudo isso é obra do adversário. Ele nos influencia individualmente. Destrói homens fortes. Ele vem fazendo isso desde a época da organização desta Igreja. O Presidente Wilford Woodruff disse o seguinte:
“Vi Oliver Cowdery quando ele parecia fazer estremecer céus e Terra. Nunca ouvi um homem prestar um testemunho mais forte do que ele sob a influência do Espírito. Contudo, a partir do momento em que deixou o reino de Deus, perdeu seu poder. (…) Foi-lhe retirada a força, assim como Sansão nas mãos de Dalila. Ele perdeu o poder e o testemunho que desfrutara e nunca os recuperou em sua plenitude na carne, embora tenha morrido [como membro] da Igreja” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Wilford Woodruff, p. 107).
Recebi permissão de contar-lhes a história de um rapaz que cresceu em nossa comunidade. Ele não era da Igreja. Ele e os pais eram ativos em outra religião.
Ele se recorda que, na juventude, alguns de seus colegas, membros de nossa Igreja, o humilhavam, faziam com que se sentisse deslocado e debochavam dele.
Ele acabou por odiar esta Igreja e seus membros. Não via nada de bom em nenhum deles.
Então, o pai do rapaz perdeu o emprego e teve que se mudar. No lugar para onde foram, ele, que estava com 17 anos, conseguiu matricular-se na faculdade. Lá, pela primeira vez na vida, sentiu o calor da amizade. Um desses amigos, chamado Richard, convidou-o a entrar para o clube do qual era presidente. Ele escreve: “Pela primeira vez na minha vida alguém queria minha companhia. Não sabia como reagir, mas felizmente aceitei o convite. (…) Era uma sensação muito boa (…) a de ter um amigo. Eu passara a vida toda orando para ter um e agora, depois de 17 anos de espera, Deus respondeu minhas orações”.
Aos 19 anos ele acabou dividindo uma barraca com Richard em um emprego de verão. Percebeu que toda noite Richard lia um livro. Perguntou o que ele estava lendo, e Richard disse que era o Livro de Mórmon. Ele acrescenta: “Tratei de mudar de assunto e ir dormir. Afinal de contas, foi esse livro que acabou com a minha infância. Tentei esquecer o assunto, mas uma semana se passou e eu não conseguia dormir. Por que será que ele lia aquele livro todas as noites? Logo eu já não agüentava mais as perguntas que ficavam martelando em minha cabeça. Então, certa noite perguntei-lhe o que havia de tão importante naquele livro. O que havia lá? Ele ofereceu-me o livro. Fui logo dizendo que não tinha a menor vontade de tocar no livro, só queria saber o que continha. Ele começou a ler do ponto onde parara. O texto falava de Jesus e de Sua aparição no continente americano. Foi um choque! Eu não achava que os mórmons acreditassem em Jesus”.
Richard convidou-o para participar do coro da conferência da estaca. Chegou o dia da conferência. “O Élder Gary J. Coleman, do Primeiro Quórum dos Setenta, era o orador convidado. Descobri durante a conferência que ele também [era converso]. No final, Richard agarrou meu braço e levou-me para conversar com ele. Acabei concordando e quando estava chegando perto, ele se virou e sorriu para mim. Apresentei-me, disse que não era membro e que só viera cantar no coro. Ele sorriu e disse que estava feliz por eu estar lá e que a música tinha sido ótima. Perguntei a ele como sabia que a Igreja era verdadeira. Ele respondeu com um breve testemunho e perguntou se eu lera o Livro de Mórmon. Respondi-lhe que não. Ele prometeu que a primeira vez que o lesse, eu sentiria o Espírito.”
Depois, em outra ocasião, quando os dois amigos fizeram uma viagem juntos, Richard entregou-lhe o Livro de Mórmon e pediu que o lesse em voz alta. Ele o fez e, de repente, foi tocado pelo Espírito Santo.
O tempo passou e sua fé aumentou. Ele concordou em ser batizado. Os pais se opuseram, mas ele foi em frente e foi batizado nesta Igreja.
O testemunho dele está cada vez mais forte. Há poucas semanas casou-se para esta vida e para a eternidade com uma bela moça da Igreja, no Templo de Salt Lake. O Élder Gary J. Coleman fez o selamento.
Esse é o final da história, mas há muito que se aprender com ela. Primeiro, é triste ver a forma como seus jovens colegas mórmons o trataram.
Depois, vemos a forma como ele foi tratado por seu novo amigo, Richard. Essa experiência foi totalmente oposta à anterior e levou-o à conversão e ao batismo por mais impossível que isso parecesse.
Esse tipo de milagre pode acontecer e acontece quando houver bondade, respeito e amor. Por que qualquer um de nós haveria de maltratar e ser grosseiro com os outros? Por que não podemos estender a mão amiga a todos os que nos cercam? Por que será que existe tanta amargura e animosidade? Essas coisas não fazem parte do evangelho de Jesus Cristo.
Todos tropeçam de vez em quando. Todos nós cometemos erros. Faço uma paráfrase das palavras de Jesus, no Pai Nosso: “E perdoa-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam” (ver Mateus 6:12; Tradução de Joseph Smith, Mateus 6:13).
William W. Phelps, que era amigo íntimo do Profeta Joseph, traiu-o em 1838, e isso levou à prisão de Joseph no Missouri. Reconhecendo o grande mal que fizera, o irmão Phelps escreveu ao Profeta pedindo perdão. Este é um trecho da resposta do Profeta:
“É verdade que sofremos muito em conseqüência de sua conduta — o cálice de fel que já estava mais cheio do que os mortais conseguiriam beber, certamente transbordou quando você se voltou contra nós.
Contudo, bebemos dele até o fim, fez-se a vontade do Pai e ainda estamos vivos e, por isso, somos gratos ao Senhor. (…)
Acredito que sua confissão seja sincera e seu arrependimento genuíno; portanto ficarei feliz em voltar a apertar-lhe a mão direita em sinal de amizade e muito me alegro com o retorno do filho pródigo.
Sua carta foi lida para os membros da Igreja no domingo passado e pedimos que eles se manifestassem, sendo que chegamos à resolução unânime de receber W. W. Phelps em nossa irmandade.
‘Vem, meu irmão, a guerra acabou.
Pois amigos no início, são novamente amigos ao final’” (Teachings of the Prophet Joseph Smith, sel. Joseph Fielding Smith, p. 165–166).
Irmãos, é o espírito dessas palavras do Profeta que temos de cultivar na vida. Não podemos ser complacentes nisso. Somos membros da Igreja de nosso Senhor. Temos uma obrigação para com Ele assim como para com nós mesmos e para com os outros. Este mundo cheio de pecados precisa tanto de homens virtuosos, homens de fé e retidão, homens dispostos a perdoar e esquecer!
Bem, para concluir, é com prazer que acrescento que os exemplos e histórias que citei não representam o comportamento e atitude da grande maioria dos membros da Igreja. Vejo por toda a minha volta, demonstrações maravilhosas de amor e cuidado para com o próximo.
Na semana passada, este centro de conferências ficou repleto de lindas moças empenhadas em viver o evangelho. Elas são generosas umas com as outras. Esforçam-se por fortalecer umas às outras. Elas são motivo de orgulho para os pais e a família que as criaram. Estão chegando à idade adulta e terão por toda a vida os ideais que hoje as motivam.
Pensem no quanto as mulheres da Sociedade de Socorro fazem de bom! É possível sentir a influência de seus atos de bondade em todo o mundo. As mulheres estendem a mão e dedicam tempo, amor, atenção e recursos para auxiliar os doentes e os pobres.
Pensem no programa de bem-estar e seus voluntários que estendem a mão para fornecer comida, roupas e outras coisas necessárias a quem tanto precisa!
Pensem na extensão do alcance de nosso trabalho humanitário que não se limita aos membros da Igreja, mas se estende às nações pobres da Terra. A praga do sarampo está sendo erradicada em muitos lugares graças às contribuições desta Igreja.
Atentem para o trabalho do Fundo Perpétuo de Educação que tira milhares de pessoas das garras da pobreza e as leva à luz do conhecimento e da prosperidade.
Eu poderia continuar lembrando a vocês o grande esforço das boas pessoas desta Igreja para proporcionar bênçãos umas às outras, esforço cujo alcance chega ao mundo inteiro, aos pobres e aflitos da Terra.
Não há limites para tudo de bom que podemos fazer, para o quanto podemos influenciar as pessoas. Não nos apeguemos à crítica e ao negativismo. Oremos pedindo forças, pedindo a habilidade e o desejo de ajudar ao próximo. Irradiemos a luz do evangelho em todos os momentos, em todos os lugares, para que o Espírito do Redentor resplandeça em nós.
Nas palavras do Senhor a Josué: “Esforça-te e tem bom ânimo; não temas; nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo por onde quer que andares” (Josué 1:9)
Em nome do Senhor Jesus Cristo. Amém.